quarta-feira, 2 de junho de 2010
Inverno nu
Por entre a chuva espessa que transmuta a calma noite em dilúvio,
jorrando à cântaros de um céu negro salpicado em relâmpagos
aos bramidos retumbantes das trovoadas insanas que propagam a ira dos deuses
acovardando mortais sob seus cobertores mofados,
correrei afrontando os raios gritantes, intentando surfá-los
Ou no inverno selvagem quando criaturas tiritantes
de ossos congelados esconderem-se sob seus grossos tecidos
gemendo lerdos à beira de largas lareiras crepitantes
rasgarei minhas vestes e atearei fogo
e correrei nu por sobre a brancura da neve que ao despencar dos céus
encortina a atmosfera atapetando o solo da gélida noite tenebrosa
cantado insano o hino dos que agonizam os velhos tempos:
Rasga tuas vestes elas já não te servem mais
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Elijah Baal
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2 comentários:
Olá!! Amei a poesia, bem clássica. Estava com saudade dessa linguagem que foi sendo deixada para trás. É como o resgatar do José de Alencar; não do romance, mas do poema. Parabéns!
Anne Verneck
Se uma poesia desperta sentimentos como saudade,t alvez então tenha atingido seu objetivo.
Obrigado pela visita Anne Freud.
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