quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tez poética



Encanta-me a forma com que teus expressivos olhos úmidos
como chuva fina que convida o aconchego
levam-me a perceber o ardor dos teus lábios vermelhos
que surgem de tu’alva face de musa como o desabrochar de uma rosa
apresentando-me sempre sorriso intenso

E tua tenra pele me recorda aroma botânico
de pureza libertina
Visto-te compridos brincos de tiras de prata
que reluzem o fulgor destes teus planetas em forma de olhos
por vezes ocultos entre os anéis das tuas melenas cortinais ao sabor do vento

Absorve-me em sensual devaneio
em teu deslizar sobre a terra como quem ensaia voejar
e a carícia dos ventos diurnos sobre o tecido florido
do vestido que te proíbe o corpo
me transmuta desejos

O tecido floral que te esculpe contra a brisa lusco-fusco
lembram-me a leveza visual d’estatua grega ou romana
que agraciou-se de vida e intentou desfile entre seres humanos
Tua tez ao vestir ensolarados sorrisos de várias graças
confundem-me ainda teu meigo ser com sublime poesia

2 comentários:

Anônimo disse...

Pareçe devaneio... um devaneio romântico, prazeroso e sensual... mas pode não ser devaneio, mas mera brincadeira de palavras pra talvez acobertar o que deveras sentes... mas o poeta é um bom fingidor "fingi tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente", já dizia Fernando Pessoa. :D

Elias Balthazar disse...

O poeta é um fingidor...