Eu ando pelas ruas escutando o som de máquinas
deslizando sobre o negro asfalto
Transportando sonhos,
pensamentos e corações
Mais um sonho e mais um sonhador morreram atropelados
pelo próprio transporte
e fomos testemunhas de passagem
do insentido pesadelo di’alguém
Ao som de bips e imagens gigantes nos outdoors
Que avisam que cor terá o outono
Inverno
E os poetas radicais-modernos
Usam ray-ban e fazem versos virtuais
Cantam
Poesia urbana!
Poesia urbana!
Adorando modernos deuses químicos
Do alto da torre os velhos vilões
Criam as proibições
E depois as vendem em qualquer esquina
Olhos deslizam as escadas rolantes
Comprando as imagens da televisão
Os casais se abraçam à luz da lua em blue-ray
Vivendo amores e fantasias
Digitais
E os poetas, livres radicais, modernos
Usam penas online em seus note-books
Cantam pela rede
Poesia urbana!
Poesia urbana!