quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aroma ausente
















(Foto: Michele Saraiva)

Ausência de rosas deserta meu ser
Qu’em aridez se desola
ao vibrar do silêncio sinfônico
e circunda-me a lacuna infecunda
do carente vazio eleitor do meu nada
que divaga a dança incerta das folhas ao vento

A poeira esvoaçante dos sonhos estéreis,
lembrança da ultima morte do si,
tempestuosamente desfragmentam meu corpo
e me confunde o ermo deserto

O ser ainda assim insiste a presença
e na chuva gélida das dores funestas tornadas lágrimas,
qu’inda embaçam a colérica visão,
encontra acento aos fragmentos do eu,
que habitavam insólitos a incerteza dos ventos secos,
esculpindo formato de nova existência

...e ‘alma que desliza a superfície do dilúvio
encontra ilha que cultiva um acanhado desejo de eu
a rasgar a atmosfera exalando tímido odor que possa desfazer teu
aroma ausente